O quem de ser, tem muita força

Ando há algum tempo a evitar escrever este texto (não gosto da palavra post), talvez porque tento abstrair a minha mente e porque quando as coisas são ditas (ou escritas) adquirem uma força que torna os factos inquestionáveis. Mas não posso fugir ao inadiável, tenho de encarar as coisas como elas são.

Sabe Deus o quanto eu amo estar aqui, o que eu dava para viver aqui o resto da minha vida, neste país e nesta cidade que eu já considero como meus, apesar de o meu BI dizer o contrário! Aqui sinto-me bem, sinto-me em casa, perfeitamente “encaixada” neste estilo de vida e nesta sociedade. Mas, para muita (muita mesmo, mesmo, mesmo) pena minha, estes “meses dourados” estão a chegar ao fim... Vou ter de regressar a Portugal; dia 2 de Novembro lá vou eu de malas e bagagens para o Porto. Não (só) de férias, não (só) para matar saudades, não para sempre (espero eu), mas por um (demasiado) longo período de tempo. Anos!

Levo comigo tudo o que trouxe (e mais algumas coisas), mas sei que o meu coração fica cá – que poético(!) mas é mesmo isto que sinto. Não perco a esperança de um dia poder regressar: depois de acabar o doutoramento em Portugal (porque tem de ser) e voltar para cá, já livre de compromissos e obrigações.

Agora (devia ser sempre assim) cada minuto está a ser vivido e aproveitado ao máximo. E como eles passam depressa! Todas as noites, quando já estou na cama, digo para mim “mais um dia que já passou”. E uma tristeza invade-me o corpo, como um peso agarrado ao peito. Depois adormeço e quando acordo no dia seguinte, é menos um dia que tenho aqui...